sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Lição 3: Aprendendo com as portas de Jerusalém

Lição 3: Aprendendo com as portas de Jerusalém
Data: 16 de Outubro de 2011

TEXTO ÁUREO


Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar(Ne 4.6).

VERDADE PRÁTICA


A crise, apesar de seu desconforto, sempre nos abre grandes e oportunas portas.

HINOS SUGERIDOS


400, 456, 497.

LEITURA DIÁRIA


Segunda - Mt 16.18
Jesus edifica sua igreja


Terça - 2 Cr 14.7
Cidades protegidas com muros


Quarta - Hb 11.10
Deus é o sábio construtor


Quinta - Mt 7.24
O prudente edifica sobre a rocha


Sexta - Ef 2.20
Edificados sobre Cristo


Sábado - 1 Pe 2.5
Edificados como casa espiritual

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Neemias 3.1-3,6,13-15.

1 - E levantou-se Eliasibe, o sumo sacerdote, com os seus irmãos, os sacerdotes, edificaram a Porta do Gado, a qual consagraram, e levantaram as suas portas; e até a Torre de Meá consagraram e até a Torre de Hananel.
2 - E, junto a ele, edificaram os homens de Jericó; também, ao seu lado, edificou Zacur, filho de Inri.
3 - E a Porta do Peixe edificaram os filhos de Hassenaá, a qual emadeiraram, e levantaram as suas portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos.
6 - E a Porta Velha repararam-na Joiada, filho de Paseia; e Mesulão, filho de Besodias; e estes a emadeiraram e levantaram as suas portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos.
13 - A Porta do Vale, reparou-a Hanum e os moradores de Zanoa; estes a edificaram e lhe levantaram as portas com fechaduras e os seus ferrolhos, como também mil côvados do muro, até à Porta do Monturo.
14 - E a Porta do Monturo, reparou-a Malquias, filho de Recabe, maioral do distrito de Bete-Haquerém; este a edificou e lhe levantou as portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos.
15 - E a Porta da Fonte reparou-a Salum, filho de Col-Hozé, maioral do distrito de Mispa; este a edificou, e a cobriu, e lhe levantou as portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos, como também o muro do viveiro de Selá, ao pé do jardim do rei, mesmo até aos degraus que descem da Cidade de Davi.

INTERAÇÃO


O texto de Neemias capítulo três narra o processo de edificação dos muros de Jerusalém. A palavra “reparou” é predominante em todo o capítulo. Para os judeus que voltaram do exílio, o processo de reconstrução das portas e dos muros de Jerusalém contrastava-se com a realidade caótica do presente (Sl 126), mas oferecia, ao mesmo tempo, a lembrança do pujante passado da cidade. Passado este que, infelizmente, fora coberto pelos escombros. Contudo, os judeus estavam dispostos a remover as ruínas e, a partir delas, reconstruir uma nova vida e uma nova história. E é nesta perspectiva que estudaremos hoje as portas de Jerusalém.

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Conhecer o significado das Portas do Gado e do Peixe.
  • Aprender a respeito das Portas Velha, do Vale, do Monturo, da Fonte e da Guarda.
  • Saber que as portas de Jerusalém trazem preciosas lições para nossa vida pessoal.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Professor, para introduzir a aula de hoje relacione as Portas apresentadas pela lição conforme suas possibilidades: a Porta do Gado, a Porta do Peixe, a Porta Velha, a Porta do Vale, a Porta do Monturo, a Porta da Fonte e a Porta da Guarda. Explique aos alunos que elas remontam ao contexto da reconstrução social da cidade de Jerusalém e que, por isso, nos ensinam preciosas lições em nossos dias. Para obter maiores informações sobre as referidas portas, consulte as páginas 1033 a 1035 do Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD).

COMENTÁRIO


introdução

Palavra Chave
Porta: Entrada; acesso para algum lugar.

Nesta lição, estudaremos o capítulo três do livro de Neemias. Veremos o significado espiritual de algumas portas de Jerusalém. A Cidade Santa, como todos sabemos, era grande. Logo, eram necessárias várias portas de acesso, para que a sua vida corresse normalmente. Mas, o que fazer, se as portas estavam queimadas e os muros fendidos? Nessas condições, Jerusalém tornava-se presa fácil para os inimigos. A única solução era reerguer as portas e reconstruir os muros, apesar do desconforto da crise.
Homem algum seria capaz de realizar tal obra sozinho. Era preciso unidade e esforço. O povo, entretanto, encorajado por Neemias, aceitou o desafio da reconstrução.

I. A PORTA DO GADO E A PORTA DO PEIXE

1. A Porta do Gado ou das Ovelhas (v.1). De acordo com os estudiosos, essa porta situava-se na entrada mais oriental do lado norte das muralhas de Jerusalém (Ne 12.39; Jo 5.2). Em algumas versões, é chamada de a Porta das Ovelhas. Junto a essa porta, no tempo de Jesus, havia o tanque de Betesda, onde o Salvador curou o paralítico, enfermo havia trinta e oito anos (Jo 5.2-9). Essa porta foi edificada pelos sacerdotes (Ne 3.1).
A Porta das Ovelhas é uma figura de Cristo — a Porta da Salvação e o Bom Pastor (Jo 10.7-9). Não há salvação senão em Jesus e por Jesus (At 4.12). Cristo libertou-nos do pecado e da condenação eterna. O Sumo Pastor morreu por nossas iniquidades, libertando-nos do castigo do pecado, que é a morte. Como Igreja do Senhor, devemos proclamar ao mundo, que Jesus é o único caminho que nos leva a Deus. A porta da salvação está aberta. Aproveite a oportunidade. Entre. Jesus está à sua espera.
2. A Porta do Peixe (Ne 3.3; 12.39). Não se sabe ao certo o porquê desse nome. Todavia, segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe, o nome provavelmente veio do fato de os peixes da Galileia serem comercializados naquelas imediações.
Essa porta faz-nos lembrar que Jesus chamou-nos para sermos “pescadores de homens” (Mt 4.19; 13.47,48). Todo crente tem o dever de ganhar almas para o Reino de Deus, seja ele pastor, missionário, diácono, professor da Escola Dominical. Não podemos negligenciar a evangelização. A Igreja recebeu de Cristo a incumbência de proclamar o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15). Você tem cumprido a sua missão?


SINOPSE DO TÓPICO (I)

A Porta das Ovelhas lembra o Salvador Jesus Cristo como o Bom Pastor. Enquanto que a Porta do Peixe lembra-nos da chamada para sermos “pescadores de homens”.


II. A PORTA VELHA E A PORTA DO VALE

1. A Porta Velha (Ne 3.6; 12.39). Localizada na parte mais antiga da cidade, a Porta Velha pode ser tomada como imagem da legítima doutrina cristã. Esta, apesar de sua antiguidade, jamais será derribada quer pelo liberalismo teológico, quer pelo pós-modernismo. Ela assemelha-se aos portões dos castelos milenares: resiste ao tempo e jamais será tida como ultrapassada, pois imprescindível à nossa segurança. A Bíblia Sagrada, de onde extraímos a nossa doutrina, começou a ser escrita há quatro mil anos aproximadamente, e nem por isso é tida como fora de moda: a Palavra de Deus é para sempre (1 Pe 1.24,25).
Muitos são os que procuram as portas do humanismo, do relativismo e dos modismos com suas extravagâncias litúrgicas. E o que diremos dos pregadores que se comportam como gurus da autoajuda? Zelemos pela sã doutrina, para que os mercenários não se apossem do rebanho de Cristo (Tt 2.1).
2. A Porta do Vale (Ne 3.13). Dando acesso ao vale localizado na parte oeste de Jerusalém, essa porta lembra-nos humilhação, quebrantamento e contrição na presença de Deus. O Senhor agrada-se de um espírito quebrantado e de um coração abatido (Sl 51.17b). Neemias era exatamente assim. Ele tinha consciência dos seus pecados e dos erros do seu povo. Em sua oração, confessa: “Pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos” (Ne 1.6). Se você deseja ter êxito como líder, humilhe-se e constranja-se diante do Senhor.


SINOPSE DO TÓPICO (II)

A Porta Velha faz referência a imutabilidade da Palavra de Deus. E a Porta do Vale lembra-nos da humilhação, quebrantamento e contrição que devemos manter na presença do Pai.


III. A PORTA DO MONTURO, DA FONTE E DA GUARDA

1. A Porta do Monturo (Ne 2.13; 3.14). Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe, “essa porta recebeu este nome porque o lixo da cidade era levado através dela para ser queimado no vale de Hinom”. Que lição nos traz a Porta do Monturo? A igreja e a família devem ter cuidado para não se contaminar com o lixo deste mundo: heresias, apostasias, imoralidades e mentiras.
Se não tomarmos cuidado, todo esse lixo invadirá nossos lares por intermédio da mídia. Infelizmente, muitos são os que passam horas seguidas diante da tevê e da internet, permitindo que a abominação lhes entre pela casa. A Palavra de Deus adverte-nos: “Não meterás, pois, abominação em tua casa, para que não sejas anátema” (Dt 7.26). Os programas de TV, com raras exceções, estimulam a prostituição, o adultério, a fornicação e o homossexualismo. Tomemos cuidado, pois, com o que vemos, ouvimos e lemos, pois as Sagradas Escrituras alertam-nos a não colocarmos coisas más diante dos nossos olhos (Sl 101.3). Querido irmão, não se contamine com o lixo desse mundo!
2. A Porta da Fonte (Ne 3.15). Essa porta ficava próxima ao Tanque de Siloé, ou Tanque do Rei. A Porta da Fonte não é uma figura bastante forte da Palavra de Deus? Ela nos mata a sede espiritual, limpa-nos de todo o pecado e vivifica-nos a alma (Sl 119.50). Muitos já não recorrem mais a essa fonte e o resultado é a sequidão espiritual. Preferem as cisternas rotas deste mundo (Jr 2.13). Tem você bebido regularmente da fonte da água da vida? Jesus é a porta da vida eterna.
3. Porta de Micfade ou Porta da Guarda (Ne 3.31). Localizada na seção nordeste de Jerusalém, a Porta da Guarda, ao que tudo indica, ficava adjacente ao Templo. Ela faz-nos lembrar a guarda dos preceitos divinos: “Inclinei o meu coração a guardar os teus estatutos, para sempre, até ao fim” (Sl 119.112).
Se quisermos as bênçãos do Senhor, obedeçamos aos seus preceitos. Se os deixarmos, arcaremos com pesadas consequências: miséria e destruição. Assim se deu com Judá, cujos habitantes, por ignorarem a Lei de Deus, além de contemplarem a destruição de Jerusalém, amargaram um cativeiro de setenta anos em Babilônia. O líder autêntico incentiva o povo a obedecer e a amar a Palavra de Deus.


SINOPSE DO TÓPICO (III)

A Porta do Monturo refere-se ao lixo do mundo, mas a da Fonte, a pureza e a vida pela Palavra de Deus. E a Porta da Guarda os preceitos divinos que devem ser observados.


CONCLUSÃO

Aprendemos, nesta aula, preciosas lições com as portas de Jerusalém. Roguemos a Deus que nos ensine a discernir todos os momentos de nossas lutas e provações, para que sejamos sempre sábios. As crises, apesar de seu desconforto, sempre nos tornam mais sábios espiritualmente. Foi o que aconteceu com Neemias.

VOCABULÁRIO


Adjacente: Próximo.
Humanismo: Doutrina ou atitude que se situa expressamente numa perspectiva antropocêntrica.
Incumbência: Encargo; missão.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento. Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
PACKER, J. I. Neemias — Paixão pela fidelidade. Sabedoria extraída do livro de Neemias. 1.ed., RJ: CPAD, 2011.

EXERCÍCIOS


1. A Porta das Ovelhas é uma figura de quem?
R. De Cristo — a Porta da Salvação e o Bom Pastor.

2. Qual a origem do nome Porta do Peixe?
R. Segundo o Dicionário Wycliffe, os peixes da Galileia eram comercializados nas imediações da Porta do Peixe.

3. De acordo com a lição, o que nos lembra a Porta do Vale?
R. A Porta do Vale lembra-nos humilhação, quebrantamento e contrição na presença de Deus.

4. Por que a Porta do Monturo recebeu esse nome?
R. Porque o lixo da cidade era levado através dela para ser queimado no vale de Hinom.

5. Que lição nos traz a Porta do Monturo?
R. A igreja e a família devem ter cuidado para não se contaminar com o lixo deste mundo: heresias, apostasias, imoralidades e mentiras.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I


Subsídio Devocional

“A reconstrução dos muros de Jerusalém
Os muros de Jerusalém, em montões de escombros, representam o estado desesperador do mundo que está à nossa volta; os que atrapalham a edificação, e suas maldades, nos dão uma fraca ideia dos inimigos com os quais temos que contender enquanto executamos a obra de Deus. Cada um deve começar por sua própria casa, por ajudar o progresso da obra de Deus em nossa alma é o melhor que podemos fazer em favor do bem da Noiva de Cristo. Que o Senhor assim estimule o coração do povo, para que deixe de lado as suas pequenas disputas e despreze os seus interesses mundanos, para dedicar-se à construção dos muros de Jerusalém e à defesa da causa da verdade e santidade, contra os assaltos dos inimigos declarados” (HENRY, M. Comentário Bíblico. 1.ed., RJ: CPAD, 2002, p.352).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II


Subsídio Teológico

“A tarefa [de Neemias], como vimos, era reconstruir os muros de Jerusalém, para que a vida na cidade pudesse ser restabelecida. Até que os muros estivessem de pé, nada poderia ser feito. Com eles no chão, Jerusalém não tinha defesa contra atacantes e invasores, e não era local para fazer um lar. Por isso, muitos dos cidadãos haviam se mudado de lá (7.4), a adoração no Templo não pudera ser mantida, e a moral afundara ao nível mais baixo.
Observe que, generalizando, Jerusalém era um retrato das igrejas cristãs no mundo ocidental. A fraqueza, a desilusão e a languidez dos adeptos é a história em toda parte. Na Ásia, África e América Latina, o evangelho avança e as igrejas crescem, mas no mundo protestante da Grã-Bretanha, Europa, América do Norte e Austrália, a secularização da vida da comunidade e a hesitação dos teólogos, líderes e clérigos tem deixado a maioria das congregações em estado lastimável. O abandono da crença histórica num Criador santo, que, graciosamente, salva pecadores através da expiação e do novo nascimento, é ainda comum como o foi no século passado; já não é uma comunidade forte; a fé da qual Deus a fez curadora é desconhecida ao homem na rua, e quando conhecida, é largamente negligenciada; e a piedade, antes divulgada pela igreja como verdadeira humanidade, é agora considerada na cultura popular como uma esquisitice cômica e ultrapassada. A Igreja aparece como uma cidade arruinada; como Sarayevo ou Beirute depois do combate; como a Jerusalém encontrada por Neemias. E uma tremenda empreitada de reconstrução aguarda por alguém que ainda se importe com o seu bem-estar. Neste empreendimento, a reconstrução da fé bíblica será a tarefa básica e primordial” (PACKER, J. I. Neemias — Paixão pela fidelidade. Sabedoria extraída do livro de Neemias. 1.ed. RJ: CPAD, 2011, pp.78,79).

Lição 2: Liderança em tempos de crise

Lição 2: Liderança em tempos de crise
Data: 9 de Outubro de 2011

TEXTO ÁUREO


Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém(Ne 2.20).

VERDADE PRÁTICA


Na expansão e consolidação do Reino de Deus, é imprescindível que ajamos com sabedoria, coragem, entusiasmo e fé.

HINOS SUGERIDOS


467, 600, 601

LEITURA DIÁRIA


Segunda - 2 Tm 2.15
Homens aprovados por Deus


Terça - Pv 6.16,19
Deus abomina os contenciosos


Quarta - Pv 24.10
É preciso ter coragem nas tribulações


Quinta - Rm 8.37
Mais que vencedores por Cristo


Sexta - 2 Cr 15.7
Não desfalecer as mãos no trabalho


Sábado - 1 Co 15.57
Deus nos dá a vitória

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Neemias 2.11-18.

11 - E cheguei a Jerusalém e estive ali três dias.
12 - E, de noite, me levantei, eu e poucos homens comigo, e não declarei a ninguém o que o meu Deus me pôs no coração para fazer em Jerusalém; e não havia comigo animal algum, senão aquele em que estava montado.
13 - E, de noite, sai pela Porta do Vale, para a banda da Fonte do Dragão e para a Porta do Monturo e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam fendidos, e as suas portas, que tinham sido consumidas pelo fogo.
14 - E passei à Porta da Fonte e ao viveiro do rei; e não havia lugar por onde pudesse passar a cavalgadura que estava debaixo de mim.
15 - Então, de noite, subi pelo ribeiro e contemplei o muro; e voltei, e entrei pela Porta do Vale, e assim voltei.
16 - E não souberam os magistrados aonde eu fui nem o que eu fazia; porque ainda até então nem aos Judeus, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que faziam a obra tinha declarado coisa alguma.
17 - Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio.
18 - Então, lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele me tinha dito. Então, disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem.

INTERAÇÃO


A liderança eficaz em tempos de crise — exemplificada na vida de Neemias — revela a prudência, a sabedoria e a coragem como elementos essenciais na vida de um líder. Podemos, de acordo com as palavras de Harris W. Lee, dizer que a “liderança é o que move as pessoas e as organizações para que cumpram seus alvos”.
Tal padrão de liderança é indispensável para que a igreja local faça o seu caminho e cumpra o seu propósito, dirigida pelo Espírito Santo. Portanto, precisamos de lideres que reflitam o caráter íntegro da liderança de Cristo Jesus, o nosso Senhor!

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Descrever as principais características da liderança de Neemias.
  • Compreender os aspectos gerais da liderança de Neemias.
  • Saber que Neemias possuía um plano bem elaborado para reconstruir Jerusalém.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Professor, vivemos em um tempo em que o relacionamento interpessoal está em extinção. No entanto, a relação entre a liderança cristã e os membros da igreja local não pode se dar numa perspectiva medieval, ou seja, de clero e laicato. Pelo contrário, o espírito do Novo Testamento demonstra que o modelo bíblico e cristão de uma liderança eficaz é o do “líder-servidor”. Por isso, para introduzir a aula de hoje, reproduza o quadro abaixo (na lousa, data show ou tire cópias para os alunos) e mostre a eles a importância dos três elementos básicos para uma liderança eficaz. Boa aula!




COMENTÁRIO


introdução

Palavra Chave
Liderança: Função de líder; capacidade de liderar; espírito de chefia.

Nesta lição, estudaremos algumas características da liderança de Neemias. Abnegado e fiel servo de Deus, ele tornou-se um exemplo para a liderança da igreja atual. Neemias destacava-se por um elevado senso de organização, humildade e coragem. Era um líder completo.
Ao chegar a Jerusalém, ele procurou agir com muita prudência e cuidado. A ninguém revelou o que Deus lhe havia posto no coração (Ne 2.12,16). Em nenhum momento prevaleceu pelo fato de lá estar sob a autoridade do rei. Neemias sabia exatamente em quem confiar.

I. AS CARACTERÍSTICAS DO LÍDER NEEMIAS

1. Um líder corajoso. Neemias entristeceu-se profundamente ao tomar conhecimento do lamentável estado em que se achava Jerusalém. E Artaxerxes logo percebeu que havia algo de errado com o seu copeiro, pois não se podia demonstrar contrariedade diante do rei. Embora estivesse se arriscando perigosamente, Neemias, com muita coragem e ousadia, contou ao rei o motivo de seu abatimento. Intrépido e resoluto, pediu-lhe permissão para ajudar o seu povo que se encontrava na terra de Israel. Solicitou-lhe também cartas que lhe dessem salvo-conduto em sua viagem e lhe propiciassem o patrocínio da restauração de Jerusalém (Ne 2.7,8). Sua coragem e ousadia vinham da confiança que depositava em Deus. Você tem confiado inteiramente no Senhor?
2. Um líder prudente. Ao chegar a Jerusalém, Neemias agiu com muita discrição e prudência. Como não queria chamar a atenção dos inimigos, observou, durante vários dias, sempre à noite, o estado em que se encontravam os muros e as portas da cidade. A ninguém contou a respeito dos seus planos (Ne 2.16). Ele só veio a revelar o que Deus lhe havia posto no coração, no momento oportuno (Ne 2.18). O verdadeiro líder age e fala na hora certa e o faz sábia e discretamente.
3. Um líder que sabia lidar com a oposição. Sambalate, Tobias e Gesém, não queriam o bem dos filhos de Israel (Ne 2.10). Por isso, tentaram várias vezes paralisar a reconstrução dos muros de Jerusalém. Primeiro, buscaram desanimar os judeus, ridicularizando-os e lançando-lhes impropérios (Ne 2.19). Depois, os acusaram de traição e, por fim, tudo fizeram por ganhar a amizade de Neemias, oferecendo-lhe, inclusive, ajuda na restauração da cidade. Ele, porém, sempre prudente e sábio, respondeu-lhes: “O Deus dos céus é o que nos fará prosperar” (Ne 2.20). Neemias não perdeu tempo discutindo com seus opositores, pois a missão que recebera do Senhor exigia muito trabalho, esforço e dedicação.
Obreiro do Senhor, não perca tempo com os adversários. Dedique-se fielmente ao seu ministério.


SINOPSE DO TÓPICO (I)

No retorno a Jerusalém, a liderança de Neemias destacou-se pelas seguintes características: coragem, prudência e sabedoria.


II. ASPECTOS DA LIDERANÇA DE NEEMIAS

1. Neemias motiva seus liderados. Segundo J. Packer “todo líder verdadeiro é um mestre da motivação”. Arrancar o povo da apatia não era tarefa fácil. Entretanto, Neemias soube como motivar seus liderados, levando-os a se comprometerem de tal forma com a obra, que “o coração do povo se inclinava a trabalhar” (Ne 4.6). Ele fez com que todos se sentissem importantes na realização de suas tarefas. Você tem motivado seus auxiliares?
Neemias também demonstrou possuir um elevado senso de justiça. Ele não usou de sua posição para dominar seus conterrâneos. Para dar exemplo de austeridade, veio a renunciar até mesmo ao sustento a que tinha direito (Ne 5.14-18).
2. Neemias estabelece parcerias. Neemias tinha consciência de que, sozinho, não poderia cumprir a sua missão. Por isso, estabeleceu parcerias. Ele não disse “vão”, “façam”, “que eu ficarei olhando e orando”, mas participou ativamente dos trabalhos: “Levantemo-nos e edifiquemos” (Ne 2.18). Líder não é o que manda, mas o que comanda; líder não é o que ordena: “façam”, mas o que motiva: “façamos”. O pseudo líder esbraveja: “Aqui, quem manda sou eu!”. Quem assim age, jamais será um líder, mas um capataz. Sozinho, não temos como completar a nossa missão. Precisamos de cooperadores.
3. Neemias prima pela organização. Neemias tinha um grande senso de organização. Observe como ele fez a escalação dos construtores (Ne 3). Sua estratégia organizacional permitiu que todas as partes do muro fossem edificadas simultaneamente. E possibilitou, também, uma maior unidade, pois todos foram envolvidos no trabalho: sacerdotes, levitas, serventes e o povo. Até as mulheres deram a sua contribuição (Ne 3.12).


SINOPSE DO TÓPICO (II)

Neemias motivou seus liderados a reconstruir o muro de Jerusalém estabelecendo boas parcerias e um rigoroso sistema de organização.


III. É HORA DE RECONSTRUIR

1. Uma cidade destruída. A situação de Jerusalém era caótica. A cidade havia sido tomada pela miséria espiritual, moral, social e econômica. Tudo isso acontecera como resultado da rebeldia de Israel contra o Senhor. O pecado só produz destruição e morte. Infelizmente, algumas igrejas vivem situação semelhante. Elas precisam saber que o caminho da reconstrução passa, necessariamente, pelo arrependimento, confissão de pecados e o imediato abandono destes. Deus haverá de restaurar prontamente o seu povo: “Eu vejo os seus caminhos e os sararei; também os guiarei e lhes tornarei a dar consolações” (Is 57.18).
2. Dedicação total ao trabalho. Por que os judeus se renderam à liderança de Neemias? Porque liderança se faz com exemplo e Neemias era um grande e admirável exemplo para o seu povo. Como a reconstrução dos muros requeria dedicação total, ele jamais deixou de labutar junto ao povo: “E nem eu, nem meus irmãos, nem meus moços, nem os homens da guarda que me seguiam largávamos as nossas vestes; cada um ia com suas armas à água” (Ne 4.23).
Segundo J. Packer, “a extensão dos muros era de quase dois quilômetros, e os novos deveriam ter cerca de um metro de largura, e cinco ou seis metros de altura”. Neemias, que jamais temera o trabalho, tinha uma incomum disposição para realizar a obra de Deus.
3. A divisão do trabalho. Neemias tinha um plano de trabalho muito bem elaborado. No capítulo terceiro de seu livro, há uma lista detalhada dos construtores. Em seu planejamento, Neemias dividiu as tarefas de tal modo que todos sabiam, com precisão, o que deveriam fazer. Assim, cada israelita deu o seu melhor para a reconstrução dos muros da cidade, pois sabia estar empenhado na obra de Deus.


SINOPSE DO TÓPICO (III)

Neemias possuía um plano bem elaborado para reconstruir a Cidade Santa: Dividir precisamente as tarefas de modo que todos soubessem o que cabia a cada um.


CONCLUSÃO

Não é fácil ser líder em tempo de crise, principalmente quando se tem de enfrentar adversários com o espírito de Sambalate, Tobias ou Gesém. No entanto, quando o homem de Deus está no centro de sua vontade, o Senhor permanece ao seu lado, assegurando-lhe plena vitória.

VOCABULÁRIO


Interpessoal: Que existe ou se efetua entre duas ou mais pessoas.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento. Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
MACARTHUR, Jr. J. Ministério Pastoral. Alcançando a excelência no ministério cristão. 4.ed., RJ: CPAD, 2004.
TRASK, T., et alii, eds. Manual Pastor Pentecostal. Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed., RJ: CPAD, 2005.

EXERCÍCIOS


1. Cite três características do líder Neemias.
R. Neemias era corajoso, prudente e sábio.

2. Quais foram os resultados da estratégia organizacional de Neemias?
R. Permitiu que todas as partes do muro fossem edificadas simultaneamente e possibilitou uma maior unidade entre os sacerdotes, levitas, serventes e o povo.

3. Qual era a situação da cidade de Jerusalém?
R. Era caótica.

4. Por que os judeus se renderam à liderança de Neemias?
R. Porque liderança se faz com exemplo e Neemias era um grande e admirável exemplo para o seu povo.

5. Qual ensinamento você pode extrair, para a sua vida, da liderança de Neemias?
R. Resposta pessoal.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I


Subsídio Teológico

“Uma Nobre Missão
Paulo considerava a posição de ‘ancião’ ou ‘presbítero’ como um papel muito importante, e qualquer que desejasse servir desta maneira deveria almejar um ministério valoroso, justo e responsável. No entanto, Paulo apresenta de maneira clara e inequívoca que todo aquele que servir nesta posição deve demonstrar em seu caráter qualidades que reflitam uma maturidade semelhante à de Cristo. Aparentemente, alguns desses homens que já eram ‘anciãos’ ou ‘presbíteros’ — talvez alguns dos que Paulo exortou em Mileto — estavam distorcendo a verdade ‘para atraírem os discípulos após si’ (At 20.30). Também havia, obviamente, outros homens em Éfeso que queriam ser líderes espirituais, mas que definitivamente não demonstravam uma ‘nobreza de caráter’, o que os desqualificava e não permita que estivessem envolvidos nesta ‘excelente obra’ (1 Tm 3.1). [...] Aqui vão duas importantes observações. Primeira — Paulo acreditava que qualquer cristão poderia assumir esta tarefa. Não havia nenhum chamado especial ou divino associado a esta função. Segunda — o principal critério para a seleção e aprovação era a maturidade em Jesus Cristo” (GETZ, G. A. Pastores e Líderes — O Plano de Deus para a Liderança da Igreja. A liderança da Igreja em uma perspectiva bíblica, histórica e cultural. 1.ed., RJ: CPAD, 2004, p.110).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II


Subsídio de Ética Cristã

“Caráter e Ação
O caráter nunca é comprovado por uma declaração escrita ou oral de convicções. É demonstrado pelo modo como vivemos, pelo comportamento, pelas escolhas e decisões. Caráter é a virtude vivida.
O caráter ruim ou o comportamento pouco ético tem sido comparado ao odor do corpo: ficamos ofendidos quando o detectamos nos outros, mas raramente o detectamos em nós mesmos. Os líderes espirituais sempre devem ser sensíveis ao fato de que suas ações falam muito mais alto do que as palavras ditas do púlpito. Visto que as ações que praticamos raramente são percebidas como provas de caráter defeituoso, fazem-se essenciais à introspecção e à auto-avaliação, não porque desejamos agradar ou evitar ofender os outros, mas porque a reputação e o caráter do ministro devem estar acima da repreensão (1 Tm 3.2,7). Nossas palavras e pensamentos devem ser agradáveis perante a face de Deus (Sl 19.14), mas nossas ações revelam nosso caráter aos outros. As características do caráter exigido por Deus daqueles que querem habitar em sua presença são ações, e não um estado passivo do ser. ‘Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda em sinceridade, e pratica a justiça, e fala verazmente segundo o seu coração; aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor; aquele que, mesmo que jure com dano seu, não muda. Aquele que não empresta o seu dinheiro com usura, nem recebe subornos contra o inocente; quem faz isto nunca será abalado’ (Sl 15).
Reflexão Ética:
“Quando um irmão leva muito tempo para fazer algo, é lento. Quando eu levo muito tempo, sou cuidadoso.
Quando um irmão não faz o que deve ser feito, é preguiçoso. Quando eu não faço, estou muito ocupado.
Quando um irmão sustenta com firmeza seu ponto de vista, é estúpido. Quando eu sustento com vigor, estou sendo firme.
Quando um irmão ignora algumas normas de etiqueta, é mal-educado. Quando eu negligencio algumas normas, sou original e independente.
Quando um irmão realiza bem uma tarefa e agrada o chefe, está bajulando. Quando eu ajo assim, faço parte da equipe.
Quando um irmão tem sucesso, certamente foi um golpe de sorte. Quando eu consigo prosperar, foi porque trabalhei com afinco” (TRASK, T., et alii, eds. Manual Pastor Pentecostal. Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed., RJ: CPAD, 2005, pp.114-15).

sábado, 1 de outubro de 2011

Lição 1: Quando a crise mostra a sua face

























































Lição 1: Quando a crise mostra a sua face
Data: 2 de Outubro de 2011

TEXTO ÁUREO


E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo(Ne 1.3).

VERDADE PRÁTICA


Somente uma liderança guiada e orientada por Deus pode vencer a crise.

LEITURA DIÁRIA


Segunda - 1 Sm 15.22
O obedecer é melhor do que o sacrificar


Terça - Cl 3.6
A desobediência atrai a ira de Deus


Quarta - 1 Rs 8.46
O pecado é causa de cativeiro


Quinta - Ed 9.7
As iniquidades são causa de cativeiro


Sexta - 2 Cr 7.14
A intercessão livra do cativeiro


Sábado - Sl 126.1,2
A libertação traz alegria

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Neemias 1.1-7.

1 - As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza,
2 - que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam e que restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém.
3 - E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo.
4 - E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
5 - E disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!
6 - Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos.
7 - De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo.

INTERAÇÃO


Prezado professor, antes de iniciar a aula de hoje apresente aos alunos o tema geral deste trimestre: “Neemias, integridade e coragem em tempos de crise”. Comente que as treze lições falam dos principais desafios do mundo contemporâneo para a liderança cristã. Vivemos em meio a uma sociedade ética e moralmente falida. Por isso, a fim de influenciar nossa nação, precisamos de uma liderança comprometida com os valores do Reino de Deus. O comentarista deste trimestre é o pastor Elinaldo Renovato de Lima, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN, comentarista de Lições Bíblicas, professor universitário, bacharel em Ciências Econômicas e autor de diversas obras editadas pela CPAD. Deus o abençoe!

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Reconhecer que em tempos de crises Deus dá o escape.
  • Compreender a chamada de Neemias.
  • Saber que devemos orar em tempos de crise.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Caro professor, o livro de Neemias narra todo o processo de reconstrução dos muros de Jerusalém. A serviço de Artaxerxes, rei da Pérsia, Neemias recebeu um triste diagnóstico social da Cidade Santa e pôs-se a orar pela intervenção de Deus em favor de Jerusalém. Como resposta de sua prece, o capítulo 2 descreve que, através de Artaxerxes, Neemias foi nomeado governador da cidade e iniciou a restauração moral e política de Jerusalém. Portanto, antes de iniciar a lição deste domingo, apresente aos alunos o esboço geral do livro de Neemias (conforme o quadro abaixo).


COMENTÁRIO


introdução

Palavra Chave
Crise: Momento perigoso ou decisivo.

Ao longo deste trimestre, estudaremos a vida, a obra e o ministério de Neemias. Veremos como se deu a reconstrução dos muros de Jerusalém por Israel e como este, ao se voltar à Palavra de Deus, teve a sua fé renovada.
Nesta lição, em particular, destacaremos os aspectos biográficos de Neemias. Estudaremos também a crise que o levou a interceder diante de Deus por seu povo e a agir, ousada e sabiamente, a fim de restaurá-lo espiritual e moralmente.

I. A CRISE EM JERUSALÉM

1. Antecedentes históricos. Por causa de sua deliberada desobediência ao Senhor, o reino do Norte, composto por dez tribos, foi destruído pela Assíria que, para humilhar ainda mais os filhos de Israel, levou-os cativos à Mesopotâmia. Isso aconteceu em 722 a.C. Em 586 a.C, foi a vez do reino do Sul. Veio Nabucodonosor contra Jerusalém, deitou por terra o Santo Templo e derribou os muros da Cidade Santa. Em seguida, levou os filhos de Judá cativos a Babilônia, onde permaneceriam durante setenta anos (Jr 25.11).
2. Deus dá o escape. Com a ascensão do império medo-persa no ano 536 a.C, o rei Ciro, instigado por Deus, permite que um grupo de judeus retorne a Jerusalém, a fim de reconstruir os muros da cidade e reerguer o Santo Templo (Dn 8.3; Ed 1.1). O Senhor sempre dá um escape aos seus servos, quando estes o honram e lhe obedecem à Palavra. Observemos que Ciro era um rei gentio. Isso nos mostra que Deus, para cumprir o seu propósito, usa a quem Ele quer e como quer.
3. A volta com Zorobabel. Sob a proteção de Ciro, uma primeira leva de 42.360 judeus, sob a liderança de Zorobabel, retorna a Jerusalém, para reconstruir a cidade e a Casa de Deus (2 Cr 36.22,23; Jr 29.10). No Êxodo, a população de Israel era, de acordo com alguns cálculos, de aproximadamente três milhões de pessoas. Mas esse número foi decrescendo à proporção que o povo se rebelava contra Deus. A desobediência é pecado e todo pecado traz irreparáveis consequências. Por isso, deve o crente afastar-se da iniquidade e de tudo que lhe possa prejudicar a comunhão com o Senhor.
Zorobabel começou a reconstrução pelo altar (Ed 3.2,3). Se este acha-se em ruínas, nada prospera no meio do povo de Deus. Algum tempo depois, os inimigos levantaram-se e denunciaram a reconstrução da cidade ao rei medo-persa que, nessa ocasião, era Artaxerxes. Eles pediram-lhe que ordenasse a paralisação dos trabalhos. Mas, com a subida de Dario ao trono, a obra foi retomada e concluída (Ed 6). O Santo Templo foi reinaugurado em 516 a.C (Ed 6.13-22).


SINOPSE DO TÓPICO (I)

Através do rei Ciro, o Senhor proporcionou o escape ao povo judeu, trazendo Zorobabel a Jerusalém para reconstruí-la.


II. O CHAMADO DE NEEMIAS

1. Quem era Neemias. Seu nome significa “Deus consola”. Ele era filho de Hacalias e o seu irmão chamava-se Hanani (Ne 1.1; 7.2). Na corte persa, exerceu a função de copeiro do rei Artaxerxes I. Como se vê, Deus usa as pessoas segundo o seu querer e de acordo com a sua vontade.
2. Chamado por Deus. Catorze anos depois da expedição de Esdras a Jerusalém, em 444 a.C, Neemias recebe urgentes e preocupantes notícias de Jerusalém. Apesar de o Santo Templo já estar funcionando conforme as leis levíticas, a cidade encontrava-se ainda abandonada (Ed 6.14-16; Ne 1.1.2). Ele, então, sente o chamado de Deus para deixar o conforto palaciano e viajar para Israel, a fim de reconstruir os muros da Cidade Santa que se achavam fendidos “e as suas portas, queimadas a fogo” (Ne 1.3).
Aqui, temos uma grande lição. Templo sem muros é igreja sem doutrina. E as portas queimadas representam o liberalismo que, infelizmente, predomina em muitas igrejas, facilitando a entrada de costumes mundanos entre os santos. Não é o que ocorre em nossos dias? Que jamais venhamos abandonar os padrões bíblicos de santidade, conduta e ética.
3. Orando em tempos de crise. “Assentei-me e chorei” (Ne 1.4). Ao tomar conhecimento da situação de seu povo, em Jerusalém, Neemias sentiu-se incomodado e pôs-se a orar ao Senhor. Sua oração, regada com abundantes lágrimas e acompanhada de jejum, lamentos, adoração e confissão, é um exemplo de como um homem de Deus deve proceder em momentos de crise (Ne 1.5-10). Ele fez o que o Senhor ordenou em 2 Crônicas 7.14. Neemias orou durante quatro meses antes de se dirigir ao rei (cf. 1.1 e 2.1). A oração é a chave que nos abre as portas dos céus. Neemias não confiava em sua capacidade ou habilidades diplomáticas. Sua confiança estava no Todo-Poderoso que ouve e responde as nossas orações.


SINOPSE DO TÓPICO (II)

Neemias foi chamado por Deus para deixar o conforto palaciano a fim de reconstruir os muros de Jerusalém.


III. A INTERCESSÃO DE NEEMIAS

1. Ele Adorou a Deus. “E disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!” (Ne 1.5). Neemias não iniciou sua oração, pedindo; iniciou-a, adorando a Deus. Antes de pedir, de suplicar, o crente deve adorar e exaltar o nome do Senhor. Adore ao Senhor pelo que Ele é independentemente do que venha a fazer em seu favor.
2. Ele intercedeu por seu povo (Ne 1.6). Hoje, mais do que nunca, há necessidade de contínua intercessão pela família, pela igreja e pela nação. A sociedade atual em nada difere de Sodoma e Gomorra. Os governos posicionam-se abertamente contra os princípios da Palavra de Deus. O aborto é defendido como “caso de saúde pública” e não de ética ou de moral. O homossexualismo tem expresso apoio das autoridades. Por isso, a Igreja precisa orar e suplicar ainda mais a intervenção de Deus em nossa nação (2 Cr 7.14). Temos de interceder, chorar e jejuar por nosso país antes que seja tarde.
3. Ele fez confissão de pecados (Ne 1.6b). A confissão foi certamente um dos pontos altos da oração de Neemias. Ele tinha consciência do pecado de seu povo contra Deus. Aliás, Israel mesmo conhecia as advertências dos profetas quanto à desobediência à lei divina. Uma das mais terríveis era a sua dispersão pelas nações (Ne 1.9). Foi exatamente o que aconteceu: os judeus amargaram setenta anos de exílio em Babilônia (Jr 25.11,12; 29.10). Para castigar, Deus tem limites, mas para abençoar, é ilimitado. Sua benignidade é para sempre (Sl 106.1).


SINOPSE DO TÓPICO (III)

A intercessão de Neemias caracterizou-se pela adoração a Deus, súplicas pelo povo e confissão sincera de pecados.


CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que Deus levanta homens, como Neemias, para executar seu propósito. O bravo e sábio judeu liderou a reconstrução de Jerusalém e a restauração espiritual do seu povo. Ele não se limitou a orar pela nação, mas agiu e não se curvou às circunstâncias. Precisamos de homens de oração e iniciativa para que ajudem na restauração moral e espiritual de nossa gente.

VOCABULÁRIO


Expedição: Grupo que viaja a uma região para inspecioná-la.
Mesopotâmia: Região situada entre rios.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.
PACKER, J. I. Neemias — Paixão pela fidelidade. Sabedoria extraída do livro de Neemias. 1.ed., RJ: CPAD, 2011.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.

EXERCÍCIOS


1. Em que ano o reino do Sul foi levado cativo à Balilônia?
R. 586 a.C.

2. Quanto tempo o povo permaneceu no cativeiro?
R. Setenta anos.

3. Cite o nome do rei que permitiu a volta dos judeus a Jerusalém para reconstruir o Templo e os muros.
R. O rei Ciro.

4. Faça um pequeno resumo a respeito de Neemias.
R. O nome Neemias significa “Deus consola”. Ele era filho de Hacalias. Na corte persa, exerceu a função de copeiro do rei Artaxerxes I. Em 444. a.C, após receber notícias preocupantes de Jerusalém, Neemias deixa a Pérsia e viaja para a Cidade Santa, a fim de reconstruí-la.

5. Qual foi um dos pontos alto da oração de Neemias?
R. A confissão.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I


Subsídio Teológico

“Independente da visão da autoria de Esdras e Neemias e a sua relação com Crônicas, o ponto de vista teológico da coleção [Livros de Esdras, Neemias e 2 Crônicas] é essencialmente o mesmo. A mensagem é endereçada à comunidade pós-exílica dos judeus que desejam saber se há esperança de restauração política e religiosa. O tema central é que há realmente esperança, mas essa esperança tem de estar concretizada na reconstrução do Templo, do culto e do sacerdócio. Só quando os judeus remanescentes se tornassem a nação teocrática, fundamentada e fiel ao concerto que o Senhor fez com os seus pais, é que poderiam reavivar a casa davídica e esperar o reinício do seu papel de mediação entre as nações da terra. Esdras e Neemias são incumbidos de esclarecer (1) a Pessoa e obras de Deus, (2) a identidade e função de Israel como povo do concerto e (3) a natureza do concerto nos tempos pós-exílicos” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009, p.210).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II


Subsídio Devocional

“Nem todo o mundo tem o nome de Neemias em sua lista de personagens bíblicos favoritos. Imagino que isso se deva a, pelo menos, duas razões: Para começar, a maioria dos cristãos conhece bem pouco sobre ele. Suas leituras do Antigo Testamento são incompletas, e o livro de Neemias não é mencionado no Novo Testamento, inferem que não seja importante e não se interessam por ele. Se lhes fosse dito como é forte o caso que o liga a Moisés refundador da nação, para cuja criação Deus usou Moisés, ficariam surpresos. Além disso, aqueles que conhecem algo a seu respeito formaram uma imagem desagradável dele, que os impede de levá-lo a sério como homem de Deus. Veem-no como uma pessoa um tanto selvagem, que lançava a própria carga sobre os outros e nunca foi uma companhia agradável, em circunstância alguma. Notam as imprecações em suas orações: ‘Caia o seu opróbrio sobre a sua cabeça, e faze com que sejam um despojo, numa terra de cativeiro. E não cubras a sua iniquidade, e não se risque diante de ti o seu pecado’ (Ne 4.4,5; compare com 6.14 e 13.29, onde ‘lembrar’ significa ‘lembrar para julgamento’). Observam que, ao menos em uma ocasião, ele amaldiçoou e espancou seus compatriotas, e arrancou-lhes os cabelos (13.25). E então concluem que, dificilmente, ele era um homem bom; decerto, não um homem de grande estatura espiritual, de quem se pode aprender lições preciosas. Qual é o comentário para tal avaliação? Primeiro, havia algumas arestas realmente ásperas em Neemias; todo líder as possui. Com base nos quatro temperamentos, ele parece ter sido um homem colérico, rijo, indócil e franco, que se sentia extremamente feliz despendendo energia em projetos desafiadores, e que achava mais fácil fazer do que ser. Pessoas desse tipo são sempre consideradas assustadoras, em particular quando, guiadas por seu zelo, falam e agem de modo excessivamente enfático — o que acontece com frequência. Segundo, Deus prepara Neemias para uma tarefa que um homem menos franco não seria capaz de executar. E, terceiro, a limpeza que Jesus fez no Templo e a acusação que lançou aos fariseus foram mais rudes que qualquer coisa feita por Neemias. Se achamos que a impetuosidade de Jesus era justificada, podemos admitir a possibilidade de que a de Neemias também fosse. [...] Todavia, não defendo que Neemias tenha sido impecável. Eu seria tolo e beiraria à blasfêmia, se o fizesse. Jesus Cristo é o único homem sem pecado encontrado na Bíblia. [...] Todo servo de Deus falha, de um modo ou de outro, e Neemias não era a exceção à regra. Contudo, a sua força era maravilhosa. Por isso, espero que ninguém perca o interesse nesse estadista, simplesmente por havermos concordado que ele não era perfeito” (PACKER, J. I. Neemias — Paixão pela fidelidade. 1.ed., RJ: CPAD, 2011, pp.35,36).